Recentes

CARROS

Após se divorciar da Hyundai, Caoa pode ter nova chinesa como parceira no Brasil

Fábrica do grupo em Anápolis (GO) vai encerrar produção de carros da Hyundai e deve abrir espaço para novos produtos


Por Diogo De Oliveira | Jornal do Carro

O divórcio entre Caoa e Hyundai se consumou após 26 anos de casamento. Mas o grupo brasileiro já está próximo de iniciar um novo relacionamento. Com o fim da produção de modelos da marca sul-coreana na fábrica de Anápolis (GO), que deve ocorrer até novembro, a Caoa estuda fabricar novos modelos na planta, que atualmente produz veículos da Chery, oferecidos com a marca Caoa Chery.

Caoa pode trazer nova marca chinesa de carros premium ao Brasil em parceria inédita com a Changan Foto: Avatr/Divulgação

Aliás, tal como antecipamos no Jornal do Carro, um dos modelos que devem ser feitos em Anápolis é a inédita picape da Chery, revelada durante o Salão de Xangai, em abril. A exemplo do que ocorre com a linha de SUVs Tiggo, a caminhonete terá versão com sistema híbrido plug-in (PHEV). Com nome provisório de Himla, a picape média poderá disputar vendas com Hilux, Ranger, S10 e cia. A expectativa é de que a produção tenha início até 2027.

Contudo, essa não é a única novidade que o Grupo Caoa prepara. Há tempos a companhia brasileira negocia com a Changan. Assim, a chinesa, que já atuou no Brasil por uma década - de 2006 a 2016 -, voltaria ao País após quase dez anos. Você talvez se lembre dos veículos comerciais da Chana Motors. Este era o nome da Changan até 2011. Na época, a chinesa oferecia veículos pequenos focado no transporte de carga e passageiros.

Caoa pode representar a Changan

Diferentemente da primeira passagem pelo País, a Changan vai subir a régua. Em vez de modelos comerciais com motor a combustão, a chinesa vai investir no crescente segmento de carros eletrificados. Por isso, deve trazer novas marcas, como a Avatr, criada em parceria com a Huawei, gigante do setor de telecomunicações, e a fabricante de baterias CATL.

Um flagra feito em fevereiro deste ano e publicado no perfil @placaverde no Instagram, mostra o SUV elétrico Avatr 11 em testes em São Paulo. Noutro, de janeiro, o mesmo modelo aparece sem camuflagem. Além dele, a Changan já registrou o SUV médio Avatr 07 na revista do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).  

SUV Avatr 07 teve os desenhos industriais publicados na revista do IPNI Foto: Avatr/Divulgação

Tal como fez com a Hyundai, a Caoa deverá ser a parceira da Changan nesse “restart“, ajudando a chinesa, por exemplo, a construir uma rede de concessionárias e estabelecer a operação, apresentando a marca Avatr aos brasileiros. A meta é concorrer com BYD e GWM, que são concorrentes da Changan no mercado chinês.

A escolha da Avatr para trazer a Changan de volta ao Brasil é estratégica. Além de carros puramente elétricos, a marca tem modelos do tipo EREV (ou REEV), que são movidos por motores elétricos e têm motores a gasolina que servem como extensores de autonomia (daí a sigla de “Extended Range Electric Vehicle”). Trata-se da mesma tecnologia dos carros da Leapmotor, marca chinesa do Grupo Stellantis.

Pois o Avatr 11, SUV grande com 4,88 metros de comprimento e 2,97 m de distância entre os eixos, tem autonomia superior a 1.000 km na versão com extensor a gasolina, segundo a marca. Já na opção a bateria (BEV), com dois motores elétricos, o SUV tem ótimos 586 cv de potência e um torque de 66,1 mkgf. Como resultado, pode acelerar de 0 a 100 km/h em meros 3,9 segundos.

No caso das versões elétricas, as baterias da CATL são de 90 kWh e 116 kWh, esta garante alcance de 710 km no ciclo chinês de medição CLTC. Além de conjuntos elétricos modernos e poderosos, os carros da Avatr têm cabines ultramodernas, com grandes telas e revestimentos luxuosos, bem como sistemas avançados de segurança, com recursos semiautônomos e Lidar, por exemplo.

Caoa pode virar ‘hub’ de marcas chinesas

A Avatr parece ser uma bela aposta da Caoa para relançar a Changan no Brasil, mas, pensando em produção local, há outras possibilidades no radar do grupo brasileiro. Conforme publicou Jorge Moraes, colunista do UOL Carros, a Caoa conversa com Changan, Dongfeng e BAIC para a produção local de veículos.

Já a representação da Changan pela empresa, caso seja confirmada, terá rede própria e sem qualquer vínculo com as revendas da Caoa Chery. Considerando que os carros da Avatr terão preços médios mais altos que os da Chery, seria algo na linha do que a Caoa já faz com a japonesa Subaru. Porém, com volumes maiores de vendas. Na China, o Avatr 11 tem preços entre R$ 230 mil e R$ 340 mil na conversão direta, sem taxas.

Postar um comentário

0 Comentários